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#povopretovivo #povopretovive

#consultapréviaquilombola

Em pleno contexto da pandemia do novo coronavírus, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte - DNIT iniciou procedimentos para a duplicação da BR-135. Esta obra no Maranhão que atinge os municípios de Miranda do Norte, Anajatuba, Santa Rita e Itapecuru Mirim, coloca em risco cerca de 100 comunidades quilombolas, onde vivem aproximadamente 10 mil pessoas. 

 

As comunidades atingidas exigem que seja realizada a Consulta Prévia, Livre e Informada nos termos da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Uma obra como esta em plena pandemia do COVID-19 pode dizimar a população quilombola no Estado.

Comunidades quilombolas no Brasil

e no Estado do Maranhão

O Território Remanescente de Comunidade Quilombola é uma concretização das conquistas da comunidade afro descendente no Brasil. Além de oriundos dos antigos quilombos de escravos refugiados, muitas das comunidades foram estabelecidas em terras oriundas de heranças, doações, pagamento em troca de serviços prestados ou compra de terras, tanto durante a vigência do sistema escravocrata quanto após sua abolição.


Os remanescentes de quilombo são definidos como grupos étnico-raciais e sua caracterização deve ser dada segundo critérios de auto-atribuição, atestada pelas próprias comunidades, como também adotado pela Convenção da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais.*

 

O IBGE estima que no Brasil existiam 5.972 localidades quilombolas em 2019. A CONAQ - Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas - aponta para mais de 6330 quilombos.

 

Somente no Estado do Maranhão, há 682 delas e 411 processos abertos para regularização fundiária de quilombos no INCRA, a maior demanda do país nesse tema.

O Maranhão é um dos cinco Estados no Brasil cuja constituição reconhece às comunidades quilombolas o direito à propriedade da terra. Essa garantia é fruto da luta do movimento negro, que conseguiu a inclusão do artigo 229 na Constituição Estadual do Maranhão, promulgada em 1989.

Por outro lado, apesar do grandioso número de comunidades quilombolas em todo o país, o orçamento do governo federal destinado à regularização de terras quilombolas no Brasil diminuiu 90% nos últimos 10 anos. Segundo dados do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em 2010, o órgão recebeu R$ 32,1 milhões para este fim. No ano de 2019, a soma caiu para R$ 3,4 milhões.

Enquanto isso, desde 1995, apenas 7,2% dos processos de titulação que foram abertos no Incra foram concluídos. Até agora, o órgão emitiu 127 títulos dentre os 1.747 processos iniciados em todo o país. O Estado da Federação com maior número de processos instaurados junto ao INCRA é o Maranhão, com 411 (processos em tramitação).

 

A quase ausência de orçamento para a desapropriação de terras em favor das comunidades quilombolas, bem como a drástica diminuição do orçamento para a realização dos trabalhos do INCRA, evidenciam que o ritmo das titulações vai diminuir ainda mais, de forma a praticamente paralisar a titulação de terras quilombolas neste ano de 2020, o que afetará sobremaneira as comunidades quilombolas do Maranhão.

Desde o advento da Constituição Federal de 1988, foram expedidos títulos de propriedade definitiva para pouco mais de 60 comunidades remanescente de quilombos do Maranhão (sendo 51 realizadas pelo ITERMA), o que atesta a inércia do Estado brasileiro em garantir o acesso ao direito humano ao território étnico para essas comunidades.

Em razão da omissão estatal e do avanço da fronteira agrícola no Estado do Maranhão, registramos uma série de conflitos agrários envolvendo comunidades quilombolas. Veja a seguir:

*CONAQ & Texto de Diogo Cabral

Âncora 1

​#Comunidades Quilombolas de Miranda do Norte, Anajatuba, Santa Rita e Itapecuru Mirim afetadas pela duplicação da BR-135

Em pleno contexto da pandemia do novo coronavírus, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte - DNIT iniciou procedimentos para a duplicação da BR-135.

 

Por essa razão, no âmbito da Ação Civil Pública de nº 1024159-16.2019.4.01.3700, em tramitação na 8ª Vara Federal da Seção Judiciária de São Luís/MA, ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) em face do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Estado do Maranhão, foi concedida tutela de urgência  para condicionar a retomada das obras à realização de estudo sobre o componente quilombola das comunidades situadas em um raio de 40km da rodovia BR-135 e que fosse realizada  Consulta Prévia, Livre e Informada nos termos da Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Foto: Reprodução / Santa Rosa dos Pretos

Âncora 2

AJA AGORA!

DIGA NÃO AO GENOCÍDIO QUILOMBOLA!

1

Divulgue as hashtags pelas suas redes sociais:

#povopretovive

#povopretovivo

#consultapréviaquilombola

#nãoaogenocídioquilombola

2

​Escreva, publique e divulgue as violências sofridas pelas comunidades quilombolas do Maranhão que apresentamos acima.

Âncora 3

Uma ação coletiva de

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Apoio

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Agradecimentos

Texto

Diogo Cabral, advogado no Estado do Maranhão, especialista em Direitos Humanos

Participantes dos vídeos

Andréia de Jesus - Deputada Estadual (Minas Gerais, Brasil)

Antônio Ribeiro (Maranhão, Brasil)

Celso Canedo (Bahia, Brasil)

Cláudia Queiroz (Bahia, Brasil)

Dje Macedo Quiroga (República Dominicana)

Gecy Marty - Comitê Internacional pela Democracia no Brasil (Zurique, Suíça)

Giorgia Prates - Fotógrafa, fotojornalista do jornal Brasil de Fato (Paraná, Brasil)

Inês Oludé - Coletivo Lula Livre (Bruxelas, Bélgica)

Isadora Gomes de Carvalho Matos (Bahia, Brasil)

Juliana Barbosa de Jesus - (Bahia, Brasil)

Maíra Moreira - Coletivo GRITO (Genebra, Suíça)

Márcio Jerônimo - Coletivo Taoca (Zurique, Suíça)

Maurício Paixão - Pesquisador do Centro de Cultura Negra do Maranhão (Brasil)

Maurício Tizumba - Músico (Minas Gerais, Brasil)

Mônica Francisco - Deputada Estadual (Rio de Janeiro, Brasil)

Lala Ferreira - Mulheres da Resistência no Exterior - MRE (Tampa, Flórida, EUA)

Ludimilla Teixeira Mulheres Unidas com o Brasil - MUCB (Bahia, Brasil)

Renata Linhares - Membra do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas - NEABI do IFCE (Ceará, Brasil)

Sérgio Pererê Cantor e compositor (Minas Gerais, Brasil)

Uriara Maciel - Coletivo Madalena Anastácia Internacional e Gira Festival (Berlim, Alemanha)

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